sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DE QUEM É O PROBLEMA! Da Diretoria Comercial...da Diretoria de Produção...da Diretoria de RH?

Voltamos a questionar aspectos da Gestão da Qualidade que ainda não estão consolidados, apesar desta cultura estar disponível para as Empresas desde 1990. As pessoas que atuam nas organizações se esforçam em não obter conceitos nos quais não acreditam serem vitais para o bom resultado de sua atividade profissional. Ao contrário desta afirmação, elas empreendem um esforço para obter conhecimentos que garanta um domínio sobre o assunto de sua especialização, é por isto que na maioria das empresas temos bons especialistas em áreas como RH, Comex, Logística, Financeira, Compras, Vendas, etc...

Se você meu caro leitor é de algumas das áreas citadas, o que escrevo a seguir servirá para sua reflexão, tendo por objetivo avaliar e ampliar sua competência profissional.

No dia a dia empresarial, muitas vezes nos deparamos com questões que exigem nossa pronta atuação sem a qual elas poderão gerar uma série de contratempos com reflexos que trarão perdas financeiras significativas para a empresa. Por exemplo, a empresa “Fabrico Tudo” é um fabricante de objetos de utilidade doméstica em plástico rígido, alguns destes objetos como baldes, pás de lixo, recentemente passaram a ser rejeitados pelas lojas de varejo, o principal mercado comprador dos produtos da “Fabrico Tudo”. O argumento para a não realização das vendas residia na deformação e trincas de muitas unidades plásticas que acabavam apresentando risco de danos físicos ao usuário no manuseio destes objetos.

Em decorrência da perda de venda o Diretor Comercial da “Fabrico Tudo” culpou o Diretor de Produção, alegando que ele deveria ter operadores de máquina qualificados na linha de produção. Já o Diretor de Produção culpava o Diretor de RH por contratar pessoas sem experiência para trabalhar na fábrica. O Diretor de RH culpava o Diretor Comercial por ele fazer vendas agressivas no mercado aumentando a demanda de produção a cada dia, e também, culpava o Diretor de Produção por ele ter uma alta rotatividade na mão de obra de operadores de máquinas, consequentemente exigindo diariamente que novas contratações fossem feitas para atender as vendas.

Fatos como este ocorrem diariamente em empresas “Fabrico Tudo”. O que está errado?

Sob a ótica da Gestão da Qualidade as atividades de fabricação devem ser controladas e validadas em cada etapa do Processo de Produção, (veja o requisito 7.5 da norma ISO 9001:2008). Porém fica no ar: “a causa do problema na “Fabrico Tudo” é decorrente da área de Produção?” Ampliando mais este nosso entendimento sobre o fato, a organização deve analisar criticamente sua capacidade em atender aos pedidos de seus clientes, (veja o requisito 7.2 da norma ISO 9001:2008). Estaria a causa do problema residindo na área Comercial?

Juntando a última peça de nosso quebra-cabeça, as pessoas que operam as máquinas devem ser competentes, com base em treinamento, habilidade e experiência, (veja requisito 6.2 da norma ISO 9001:2008). Sendo assim, a área de RH é a responsável pela causa do problema na “Fabrico Tudo”?

Um bom Sistema de Gestão da Qualidade deve ser capaz de auxiliar os Gestores a resolverem seus problemas de rotina, é por esta razão que ele existe. Posso afirmar que na “Fabrico Tudo”, iremos encontrar nas três Diretorias, causas para ocorrência do problema de ordem sistêmica.

Se os profissionais das três diretorias em questão fossem treinados em Métodos de Análise e Solução de Problemas saberiam como tratar as “causas comuns” (aqueles que se repetem no dia a dia e são conhecidas) e as “causas especiais” (que não ocorrem com frequência), tendo facilidade para propor ações que resolvam seus problemas.

É por esta razão que reafirmo, um profissional de qualquer área da organização deve ser preparado com Técnicas e Ferramentas da Qualidade para lidar com os problemas que ocorrem no dia a dia, não basta sair vendendo e entregar de qualquer jeito, esta ação não garante a permanência do cliente, é preciso que a organização faça investimentos na cultura da Qualidade, ela além de complementar o conhecimento dos especialistas em RH, Comex, Logistica, Vendas, Compras, etc., garantirá um melhor controle sobre os Processos da Organização e a Satisfação do seu Cliente.

Prof. Me. Sidney Santana

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Porque a Qualidade não é vista como um desafio profissional!

“Num curso de nível superior de Administração os alunos querem ser profissionais em RH, COMEX, Marketing, etc...mas para o profissional da Qualidade aonde está o interesse?”

Hoje quero comentar sobre a minha experiência como professor na disciplina de Gestão de Qualidade, em particular: ´´Porque o aluno do curso Superior de Administração possui uma baixa percepção para os desafios profissionais na Área da Qualidade!´´.

O jovem ao ingressar numa Universidade tem por objetivo desenvolver conhecimentos que contribuam para ampliar o seu intelecto de acordo com o mercado de trabalho em que irá atuar. Esta é a premissa básica do ensino superior, disponibilizar pessoas qualificadas para o exercício das atividades profissionais nas empresas.

Como de hábito ao início de cada semestre letivo, busco sondar o interesse de meus alunos quanto a sua percepção sobre o mercado de trabalho na Área da Qualidade. Como resposta o desconhecimento das oportunidades é total. Durante a sondagem prospectei quais são as áreas de interesse do aluno. Evidenciei que atuar como Gestor de RH é a preferência da maioria, em seguida o Marketing, Comércio Exterior, Finanças e Logística.

Ainda durante a sondagem, registrei que boa parte dos alunos trabalham em empresas que possuem algum Sistema de Gestão Certificado, seja ele ISO 9001, ISO 14001, ou alguma prática de qualidade, tais como Procedimentos, Treinamento em Solução de Problemas, etc, porém vários alunos desconhecem o que tratam estes sistemas ou práticas.

Quando apresentei aos meus alunos informações sobre algumas vagas de trabalho ofertadas pela CATHO para a Área da Qualidade com cargos que vão desde o Analista da Qualidade, passando pelo Coordenador da Qualidade, até o Gerente da Qualidade e o Auditor da Qualidade, com salários que variam entre R$ 3.000,00 a R$ 13.000,00, observei a fisionomia de surpresa que muitos expressaram. Numa outra pergunta durante a sondagem sobre o interesse profissional ´´Antes da apresentação sobre as oportunidades de trabalho na Área da Qualidade qual era o seu conhecimento sobre o assunto?´´ 69% responderam que nenhum e 31% pouco e ´´Após a apresentação das oportunidades de trabalho na Área da Qualidade, o tema despertou seu interesse profissional?´´, 73% dos alunos responderam que sim, enquanto 23% disseram não e 6% nenhuma opinião definida.

Como Professor meus desafios são enormes, porém é gratificante levar aos alunos meu conhecimento profissional e despertar neles cada vez mais o interesse pelo envolvimento com a cultura da Qualidade.

No entanto há lacunas que precisam ser preenchidas à partir de questões que devem ser atendidas tais como:

A empresa que possui um Sistema de Gestão da Qualidade deve ter a consciência de usá-lo para levar a seus clientes melhores produtos e serviços e não divulgá-lo apenas como um meio de marketing, isto é consequência, a essência é trabalhar a cultura da qualidade melhorando os processos de produção.

Outro aspecto relevante refere-se às pessoas que trabalham na organização face a empresa ser certificada na ISO 9001 como por exemplo, muitas vezes elas acreditam que existe um setor para atuar na qualidade não devendo elas mesmas estarem preocupadas com isto. A Qualidade é responsabilidade e obrigação de todos e não apenas de um setor.

O papel da instituição de ensino deve ser o de instigar seus alunos para os novos desafios e ninguém melhor para isto do que um excelente professor, afinal nós somos os semeadores, os alunos as sementes e o campo para semear repleto de oportunidades e se, o fizermos em bom solo iremos colher os melhores resultados.

Desejo a você uma boa semana com Qualidade para que tenhas Sucesso e Prosperidade!

Prof. Me. Sidney Santana