segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A VACA VAI PRO BREJO!

Hoje vou contar uma fábula muito famosa que fala do comodismo que muitas pessoas assumem frente aos fatos do dia a dia que desafiam seus limites, acabam perdendo a motivação e desistem de experimentar a nova experiência sem nem mesmo projetar os benefícios que ela trará em sua vida futura.
A fábula "E a Vaca foi pro brejo" começa assim:

Um velho monge e seu discípulo costumavam visitar as pessoas que moravam em vilarejos distantes da cidade. Num dos seus passeios, já estava anoitecendo e eles ainda estavam no meio de uma estrada, distantes do vilarejo para onde se dirigiam. A vistarem um sítio, aproximaram-se e pediram pousada durante aquela noite.

O sítio era muito simples. Ali, viviam um casal de aparência humilde e seus três filhos, pequenos, raquíticos. A pobreza do lugar era visível e, mesmo assim, eles acolheram, de bom grado, a dupla de viajantes.

Durante o jantar, onde fora servido mingau de leite com farinha, o mestre indagou:

" - Neste lugar não há sinais de comércio ou de algum trabalho. Também não vimos nenhuma plantação. Como vocês sobrevivem aqui?"

O dono da casa respondeu:

" - Meu amigo, nós temos uma milagrosa vaquinha, que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse leite nós vendemos ou trocamos na cidade, por outros alimentos ou coisas que necessitamos. Outra parte fazemos queijo, coalhada, pirão e, assim, vamos sobrevivendo. Não sabemos plantar, também acho que essa terra não dá nada e tudo aqui é muito difícil. Ai de nós se perdermos a nossa vaquinha!"

De madrugada, os dois receberam um copo de leite quente. Em seguida, agradeceram a hospitalidade e foram embora. Assim que saíram do sítio, o mestre ordenou ao discípulo que ele pegasse a vaca e a atirasse no precipício. O jovem, surpreso, não só se chateou como ficou revoltado com a atitude desumana do seu mestre:

" - Como podemos destruir a única fonte de sobrevivência dessa família?"

Relutou um pouco, mas limitou-se a cumprir a ordem do mestre. Alguns anos depois, o jovem, retornando sozinho aquela região, resolveu dirigir-se ao sítio daquela família que lhes hospedara.

Chegando lá, qual não foi o seu espanto quando verificou que o local havia mudado muito. O casal que vinha em sua direção era o mesmo, mas estava feliz. As crianças cresceram e, agora, já quase adolescentes, estavam bonitas, bem nutridas. Tudo havia mudado e para melhor: horta, frutas, galinhas, animais diversos passeavam pelo sítio. O jovem, não acreditando no que via e ainda sentindo-se culpado, questionou:

" - Como é possível vocês terem progredido tanto?!"

Ao que o casal respondeu:

" - Quando vocês estiveram aqui a nossa situação não era das melhores. Tínhamos só uma vaquinha e toda nossa sobrevivência vinha dela. Logo após a saída de vocês, aconteceu uma tragédia - nossa vaquinha caiu num precipício. Entramos em desespero, mas, daí em diante, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver outros meios de sobrevivência. Descobrimos que a nossa terra era fértil e boa para legumes e frutas. Fomos aos poucos, criando gosto e hoje é essa beleza que o senhor está vendo. Graças a perda de nossa vaquinha".

Você que lê esta fábula, seja empresário ou empregado, a mensagem é uma só, muitas vezes não sabemos porque o rumo das coisas se alteram, nos tirando da zona de conforto e nos colocando frente a frente com novos desafios. A razão para que isto ocorra é uma só. Na vida nada é permanente, as experiências sempre se renovam a partir de um outro conhecimento a ser obtido, portanto aprender algo novo só trará a oportunidade de evoluir para novos patamares de crescimento pessoal. O empresário que não quer assumir novos desafios em seu negócio, o empregado que não é promovido, as pessoas que não são contratadas pelas empresas, o que estão esperando que aconteça?

Que venha alguém e mande sua vaca para o brejo!

Prof. Sidney Santana

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