Uma boa razão para melhorar a
gestão de uma empresa começa com a mobilização da liderança e supervisores
voltados para o aprendizado de novas técnicas e métodos de trabalho. Todos nós
temos uma clara percepção que o investimento em conhecimento gera dividendos,
assim, o fazemos desde nosso aprendizado na infância, passando pelo ensino
médio, até a escolha de um curso de graduação que nos coloque à porta do
trabalho profissional.
Desde os tempos mais antigos de
evolução da humanidade o conhecimento foi responsável por escrever o futuro de
muitas gerações e nações. Quem não dispõe de uma formação profissional,
(educação técnica ou de nível superior) limita a sua ascensão profissional. Quanto
mais, as pessoas adquirem conhecimentos sobre o exercício de suas atividades
profissionais melhor será o desempenho no trabalho. Em uma organização sempre
haverá desafios a superar com base em novos conhecimentos que propiciem as
pessoas uma mudança de foco em trabalhos centrados nas necessidades do
departamento para atribuições que exijam um conhecimento holístico ou sistêmico
sobre o todo da organização.
Outro dia destes meus alunos do
curso de pós-graduação em uma aula de Cultura Organizacional, perguntaram-me
porque o comprometimento das pessoas em uma organização se torna tão
fragilizado quando os planos de trabalho para alavancar novos resultados são
boicotados! Minha experiência ao longo destes 20 anos trabalhando com empresas
na implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade ISO 9001, mostrou que são
vários os fatores contribuindo para a ocorrência de pontos de fragilidade no
tocante a participação das pessoas em trabalhos cooperativos dentro da organização.
A seguir citarei alguns fatores
que ocorrem com mais frequência:
NOVAS IDEIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO GERAM APREENSÃO
POR PARTE DAS PESSOAS - Por não ser possível ver o futuro em uma bola de
cristal, as consequências de um trabalho com desafios, para alguns é como
dirigir o carro com o freio de mão puxado, esperando que algo de ruim possa
acontecer, e portanto, é melhor a inércia do que ultrapassar os obstáculos.
MUDANÇAS, A COMO ELAS SÃO DETESTADAS POR MUITA
GENTE - Tenho em minha casa um gato persa que não suporta ver o sofá que ele
gosta de dormir, mudando de lugar pela casa, ele passa dias sem dormir no sofá
até se ambientar com o novo lugar. Tem muita gente que age assim, quando a
organização anuncia que os funcionários terão que passar por uma atualização de
seus conhecimentos promovidos por melhorias na forma de fazer o trabalho, a
primeira reação destas pessoas é pensar que tudo o que conhecem já é o
suficiente e não há mais nada para se aprender, fazendo de tudo para boicotar a
oportunidade do novo conhecimento.
VISÕES DIFERENTES SOBRE A ORGANIZAÇÃO - Cada
funcionário entende a empresa que trabalha de acordo com suas convicções. Para
alguns a empresa é apenas o local para passar um tempo de sua vida até que surja
outras oportunidades externas. Para outros é um lugar entediante, que a cada
dia que sai de casa para ir à empresa, é como se levasse um grande peso nas
costas, já chega na empresa exausto e porque terá que carregar este peso
durante o dia todo no final da jornada ele já se sente um moribundo. Aliás este tipo de pessoa já está desmotivada
desde o momento em que pisou na empresa.
OPINIÕES QUE NÃO CONTRIBUEM - E por último temos o sujeito que anda
de acordo com a maré, hora está em alta, hora está em baixa. É aquela pessoa
que se deixa levar pelas opiniões alheias a sua.
Além dos fatores acima
mencionados, há outros que fazem com que as pessoas não estejam integradas aos
ideais da organização, no entanto o meio para minimizar o efeito negativo
destes fatores está na capacidade da liderança engajar as pessoas nos objetivos
comuns da organização. Atualmente muitas empresas dispõe de bons gerentes
técnicos, mas sem formação para liderar pessoas, ou seja sua formação
profissional não foi conduzida para a habilidade de transformar o perfil de
seus subordinados de passivo para reativo, o que presenciamos em sua maioria
são gerentes com dificuldades para integrar mentes e ações em prol de um
objetivo comum da organização.
Se me perguntarem, se há alguma
fórmula para integrar liderança e funcionários, eu diria que um Método de Treinamento
baseado em Melhoria da Rotina de Trabalho, integrando as pessoas com o
propósito da gestão já é um grande começo. Um exemplo do que falo é um método
de trabalho que ensine e encoraje as pessoas ao trabalho diário onde a
previsibilidade dos fatos seja de conhecimento de todos, onde o risco possa ser
mitigado, onde os problemas possam ser resolvidos numa relação de causa e
efeito, onde a percepção de que sem padrão de trabalho a única certeza são as
falhas, que o trabalho sem uma meta não contribui para o progresso profissional
e que empresa sem resultados não terá
vida longa no mercado.
Se você é uma pessoa que está
buscando sempre melhorar a forma de como realizar o seu trabalho e que o
objetivo principal é a excelência do resultado a ser obtido pela empresa, em
razão desta sua forma de pensar e agir, o convido a conhecer um método de
trabalho altamente rico e motivador, disponibilizei o Manual Digital de Gerenciamento
da Rotina ao final da página em meu blog: http://qualidadeparaempresasepessoas.blogspot.com.br para que você o leia, pratique e
depois me retorne por e-mail ou comentário neste blog sobre sua percepção.
Prof. Me. Sidney Santana
De fato, o gerenciamento rotina, um sistema voltado para a manutenção e melhoria de resultados foi estruturado de um modo bastante consistente e não perdeu a validade até o presente momento. É lamentável que, embora seja muito relevante, tal sistema, em geral, até nas grandes empresas, é ignorado, já que constitui a grande base sobre a qual outras práticas de gestão podem se apoiar e, ao mesmo tempo, é um pré-requisito mandatório quanto ao seu atendimento para assegurar um gerenciamento eficaz dessas outras práticas de gestão. Por exemplo, dificilmente uma empresa será bem sucedida na implantação e gerenciamento do Lean Six Sigma se o gerenciamento da rotina não estiver integrado e consolidado ao amplo sistema de gestão da organização.
ResponderExcluirPrezado Esequias, muito pontual seu comentário! A cultura dos empresários brasileiros em favor da implementação de técnicas de melhoria da gestão é uma questão de formação (acadêmica aliada a experiência), enquanto se valoriza o imediatismo nos resultados de curto prazo por uma questão apenas de mostrar resultados a todo custo, a consolidação de cenários sustentados por um aprendizado de médio e longo prazo vai sendo desprezado face a realidade de nossa cultura empresarial (cultura das escolas acadêmicas do ocidente.
ResponderExcluirGostaria de obter dos empresários uma resposta convincente para a afirmativa "Não se pode colher os frutos de uma árvore na qual as sementes ainda não germinaram".
O que vemos é o inverso, resultados a todo custo, e quanto "caro" esta condição fica para a empresa!
Grato pelo seu comentário.
Paulo Roberto, grato pelos comentários, volte outras vezes no blog haverá sempre novidades. Vou visitar o blog sugerido por você.
ResponderExcluirExcelente o seu comentário caro Sidnei, principalmente quando se retrata a “MUDANÇAS, A COMO ELAS SÃO DETESTADAS POR MUITA GENTE”.
ResponderExcluirPassei por isso na última empresa onde trabalhei, local este onde conheci a “Qualidade” e resolvi imediatamente solicitar participação na implantação do sistema. Situação esta muito diferente da atitude da maioria dos funcionários, que tratavam a implantação exatamente como você descreve acima, com desprezo, como se fosse mais um trabalho que teriam a fazer e/ou como se já soubessem de tudo e não necessitassem de aprendizado. Pensamento este muito errado, pois o sistema não é mais um trabalho e sim a incorporação a um trabalho já existente, que apenas trará muito mais organização e controles à empresa e consecutivamente ao trabalho de todos.
Parabéns pelo conteúdo e pela troca de experiência. Gostei muito do seu blog e pretendo acompanhá-lo sempre. Vou também ler este manual e em breve posto um novo comentário! Grata.
Anieli
Anieli grato por seu comentário. O maior obstáculo aos programas de Gestão da Qualidade no Brasil é nossa cultura ocidental. Empresários e funcionários acham que ter qualidade em suas empresas é como adquirir um eletrodoméstico, comprou, ligou funcionou! Nossa escola de administração e engenharia sempre pregou em seus ensinamentos o retorno do investimento o mais breve possível. Já do outro lado do mundo, o Japão levou mais de 20 anos para entender da matéria qualidade. É por esta razão que os japoneses sabem muito bem que a "melhoria contínua" na produção de suas fábricas é uma meta que não pode ser alcançada a curto prazo, somente a ação de persistência em aplicar no chão de fábrica o aprendizado em ferramentas e técnicas para a qualidade trará no tempo certo os resultados desejados pela organização.
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